Entre Conexões e Multidões: A Experiência no Aeroporto de Dubai e no Dubai Frame

Os Emirados Árabes Unidos não exigem visto de turista de brasileiros. Na verdade, de todos esses países que eu viajei, só o Bahrein mesmo que precisa de visto de turista. Se no aeroporto de Doha eu encontrei muito menos gente do que eu imaginava que iria encontrar, Dubai foi o contrário, lá tinha MUITO mais gente do que eu imaginava que iria ver. Rapaz, como aquele aeroporto é imenso, na verdade, aparentemente é o maior do mundo em área.

Como o aeroporto é IMENSO, é meio complicado você conseguir sair dele. Eu tive problemas no meu segundo voo de volta porque desci em um Terminal que não é muito bem conectado com ônibus (acho que foi o Terminal 3) e, cara, paguei de Uber quase o que eu paguei de passagem.

Mercados e Molduras: A Experiência Turística na Dubai Antiga – Dubai Souq e Dubai Frame

Por uma dessas incríveis coincidências do destino, acabei chegando em Dubai no mesmo dia em que o meu irmão que mora nos Estados Unidos chegaria para fazer uma conexão em direção a Índia. Consegue acreditar nisso? Ele iria passar um dia em Dubai e eu também.

Acabou que fomos visitar a região antiga de Dubai e algo como seria o antigo mercado central (ou Souq, como se chama nessas áreas). Eu falo que é antigo porque realmente parecia ser onde o povo da região ia comerciar, porém hoje em dia só tem coisa turística. Era interessante como a gente conversava em português e os vendedores (indianos em sua imensa maioria) reconheciam e começavam a falar algumas gracinhas em português para gente. O mais engraçado é que o que eles mais falavam era “Brasileiro? Lula ladrão, viva Bolsonaro” o que dá uma pista do espectro político da maioria dos brasileiros que viajam a Dubai, kkk.

Eu, meu irmão e minha cunhada na entrada do Dubai Souq

O centrinho é bem turístico mesmo, mas é muito legal. Acabou que nesse primeiro dia ficamos passeando por lá e até demos uma volta em um barco que, apesar de ser um passeio bem interessante, custa quase nada o transporte, já que ele realmente é um transporte público que a população local usa para poder atravessar o rio que corta o centro.

Se liga nas instruções de não lavar o pé na pia e de como usar o vaso sanitário (foto abaixo). Tem uma galera muito humilde que vem “trabalhar” (na verdade ser escravizada) em Dubai.
Passeio de barco que fizemos que custa quase nada

Além disso também visitamos “The Frame” (algo como “A Moldura”) uma construção em formato de moldura de quadro. É uma construção IMENSA com 150 metros de altura no meio de Dubai com nenhum tipo de serventia, a não ser ter um elevador que te leva muito, mas MUITO alto e de onde você pode bater várias fotos aéreas de Dubai. Sim, é isso mesmo, é um prédio sem serventia alguma a não ser servir como atração turística no meio de Dubai. Também tem uma passarela elevada transparente de 93 metros de comprimento (em 150 metros de altura) que até dá um pouco de vertigem de caminhar em cima dela. Sim, é muito legal subir lá e vale cada centavo. Além disso, ele faz “moldura” para o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo. No final, tem um túnel de neon que guia a gente até uma exposição interativa de realidade aumentada.

The Frame
Dentro do the Frame

Embora o projeto tenha sido conduzido sem grandes controvérsias (até porque ninguém tem muita coragem de gerar controvérsias em Dubai), recentemente surgiu a informação de que o desenho pode ter sido utilizado sem o consentimento do arquiteto responsável por sua concepção. Quero ver ele ir reclamar lá para o Khalifa.

Dentro do Frame é legal porque dá para bater várias fotos aéreas de Dubai. Perceba o Burj Khalifa lááááá atrás ao fundo

Nos outros dias eu gostava de ficar perdido por Dubai até mesmo para poder ficar batendo fotos dos arranha-céus que são distribuídos por toda a cidade.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então veja nossos vídeos no nosso canal http://www.youtube.com/@omundonumamochila

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Dubai e os Emirados Árabes Unidos

Depois de ter passado por Catar, Omã e Bahrein era chegada a hora de eu visitar o meu último país do Golfo Pérsico, os Emirados Árabes Unidos.

Uai, Emirados Árabes Unidos ou Dubai? Então, apesar de muita gente se confundir, Dubai não é um país, Dubai é uma das cidades (ou emirados) que fazem parte de um país chamado Emirados Árabes Unidos.

Conforme já expliquei várias vezes, essa região sempre foi parcamente povoada devido as agruras do clima. Antes da descoberta do petróleo, a região consistia principalmente de pequenas comunidades nômades que viviam da pesca, do comércio e da agricultura nos poucos oásis. No entanto, tudo mudou com a descoberta de petróleo nos anos 1950, que trouxe uma revolução econômica e social para o país.

Dubai, em particular, surgiu como um ícone desse desenvolvimento. De uma vila de pescadores no século XIX, ela se transformou em uma metrópole global de renome no século XXI. A visão e o dinamismo de seus líderes impulsionaram o crescimento vertiginoso, resultando em arranha-céus futuristas, ilhas artificiais extravagantes e uma economia diversificada.

Hoje, Dubai é um dos principais destinos turísticos do mundo, conhecido por seus arranha-céus imponentes, centros comerciais luxuosos e uma vida noturna vibrante.

Prédios, prédios, prédios, por todos os lugares

Apesar de Dubai ser o emirado mais conhecido, a capital e maior Emirado é Abu Dhabi (apesar da população de Dubai ser maior). O que fez Dubai ser mais conhecido é que, como eles não tinham tanto petróleo quanto o seu vizinho Abu Dhabi, Dubai resolveu investir tubos de dinheiro para poder transformar a cidade quase que em um parque de diversões de concreto e ser conhecida mundialmente pelo turismo. E, bem, meio que deu certo, hoje em dia o turismo é a grande locomotiva da economia de Dubai, com o petróleo respondendo hoje em dia por menos de 8% da economia.

Como é a vida em Dubai

E, bem, a cidade é bem bacana mesmo. O problema é que ela é cara que só o diabo e toda espaçada. Assim, tem um bolsão aqui e ali de concentração e depois uns espaços vazios imensos. Então, assim, qualquer rolê mínimo que você quiser fazer leva a horas e horas dentro de metrô, trem, ônibus… Isso quando você não se perde. Cara, quando você se perde, aí sim é um problema, porque tudo é muito grande, as avenidas são muito espaçadas, então você passa um bom tempo andando, andando e andando.

Assim como no Catar, lá também tem a seção “gold” do metrô. É só um vagão separado com um estofado mais afrescaiado e que custa seis vezes mais para você entrar

O Golfo Pérsico é conhecido pelo calor insuportável que faz por lá, mas como eu fui em janeiro eu passei foi frio. Na verdade, teve lugar que eu fiquei menos que o planejado porque eu não tinha levado casaco e frio me castigava, até porque ventava muito.

Devido ao espaçamento da cidade, esses patinetes fazem um sucesso imenso em Dubai

O emirado é governado desde 1833 pela família Al Maktoum e, bem, vocês podem imaginar o quão é tranquila a dissidência política por lá. Hoje o dono do pedaço chama-se Mohammed bin Rashid Al Maktoum e, como todos os tiranos da região, adora posar de reformador ou grande mente brilhante do país.

O homem adora espalhar frases motivacionais de coach barato pela cidade. Vai lá criticar para você ver…

Para vocês terem conhecimento do quão fofo é o rapaz, em junho de 2019, a princesa Haya Bint al-Hussein, esposa do rapaz, supostamente fugiu da família real em busca de asilo político na Alemanha. O caso, nunca bem esclarecido, desencadeou um processo de divórcio que está sendo disputado nos tribunais de Londres. Ela, por via das dúvidas, nunca quis voltar para Dubai depois disso e está morando em Londres até hoje.

Esta não é a primeira vez que um membro próximo da família real de Mohammed Maktoum tenta escapar. Duas das filhas do sheikh, Latifa bint Mohammed al-Maktoum e Shamsa al-Maktoum, já haviam tentado fugir anteriormente. Latifa alegou ter sofrido abusos e prisão domiciliar no palácio real, enquanto Shamsa teria sido supostamente sequestrada em solo britânico e levada de volta ao Dubai em um jato privado.

Tudo isso levanta questões sobre o funcionamento interno da família real do Dubai e coloca em destaque preocupações sobre os direitos humanos e a liberdade individual em uma das regiões mais opulentas do mundo.

Além disso, como em todo Golfo Pérsico, nos Emirados Árabes Unidos muitos trabalhadores estrangeiros, principalmente vindos da Índia e arredores, enfrentam condições complicadas. Uma vez no país, alguns são submetidos a uma forma moderna de servidão, muitas vezes devido a dívidas acumuladas após a chegada. O confisco de passaportes é uma prática comum, especialmente entre trabalhadores não qualificados ou semiqualificados.

O ambiente de trabalho também apresenta seus próprios desafios, com operários enfrentando temperaturas escaldantes que podem chegar a 40°C a 50°C durante os meses mais quentes, como agosto.

Imagina você gastar milhões em um carro para quando você estacionar o povo ficar escorando nele na maior folga do mundo
Sim, mano, o povo é folgado mesmo. Olha só onde ele pôs o filho

As más condições de trabalho provocaram tensões significativas, como evidenciado pelo tumulto no estaleiro de construção do Burj Khalifa em março de 2006. Cerca de dois mil e quinhentos trabalhadores protestaram contra os baixos salários e as condições precárias, resultando em danos substanciais. Muitas vezes, a aplicação das leis trabalhistas existentes é inadequada, resultando em problemas significativos, especialmente para os residentes estrangeiros, que compõem cerca de 80% da população.

Além disso, a homossexualidade é ilegal nos Emirados Árabes Unidos e pode resultar em prisão.

Em um país conhecido por sua modernidade e luxo, há muita coisa em Dubai que fica debaixo do tapete para que o turismo possa florescer.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então veja nossos vídeos no nosso canal http://www.youtube.com/@omundonumamochila

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Surpresas do Golfo: Desvendando o Encanto Inesperado do Bahrein

O Bahrein foi mais um daqueles países que eu viajei sem dar nada e acabei gostando para caramba do lugar.

Na verdade, o Bahrein é uma ilhazinha de nada, para se ter uma noção, ela é menor que a ilha de São Luís, e por isso eu imaginei que não iria ter muita coisa para ver por lá. Ledo engano.

Na primeira noite que eu cheguei lá eu já fui direto para o Museu Nacional do Bahrein. Como eu cheguei já de noite, um gordinho que parecia ser o gerente do lugar me deixou entrar sem pagar o tíquete. Isso conta como vitória, porque tudo no Bahrein é caro como só o diabo e eu nem quis saber quanto precisa pagar. Valeu gordinho.

Quando eu entrei no museu que eu pude ver o quão completo era o museu e o quão rica é a história do Bahrein. Existem registros de civilizações no Bahrein há milhares de anos atrás, desde a época do bronze. Na verdade, os povos que habitavam o Bahrein eram conhecidos como Dilmun e já fazia comércio com o povo da Mesopotâmia uns 3000 anos antes de Cristo. Isso ocorria devido a posição estratégica da ilha do Bahrein logo na entrada do Golfo Pérsico. Na verdade, há historiadores que defendem que as histórias bíblicas do Dilúvio e do Jardim do Edén tiveram como inspiração eventos climáticos ocorridos no Bahrein.

Museu do Bahrein

Alexandre o Grande não chegou a invadir o Bahrein, mas historiadores gregos já mencionavam essa região dando o nome dela de Tylos. Historiadores romanos também citavam “Tylos”. Ambos, gregos e romanos falavam das pérolas produzidas naquela região.

Devido também a esse posicionamento estratégico, os portugueses, sempre eles, montaram um forte durante o Império Português e por lá ficaram até o esfacelamento do império no século XVII. Os portugueses foram expulsos pelos persas (o atual Irã) e depois disso a região voltou ao seu marasmo econômico. Depois da expulsão dos portugueses o Bahrein vivia basicamente da produção de pérolas marinhas. Segundo o próprio museu do Bahrein, em 1905 havia 17.500 mergulhadores de pérolas em uma população de apenas 99.000 baremitas. Só para se ter uma ideia, o primeiro hospital do país só foi construído em 1902. A primeira escola no país só foi construída por volta de 1920. Antes os poucos lugares que tinham alguma educação eram para estudar o Alcorão.

Se liga no shape desse campeão. Ele tinha uma loja de alfataria. Até hoje eu tou tentando entender o que ele tem na cara.

Tudo isso vem a mudar com a descoberta que a ilha do Bahrein, como tudo naquela região, praticamente boiava em cima de petróleo. Quando o petróleo começou a jorrar tudo mudou e hoje o Bahrein é um dos países mais ricos do mundo e com um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

E sim, também no Bahrein há indianos, filipinos e toda sorte de asiáticos para fazer os trabalhos manuais. Interessante que alguns indianos me falaram que você pode até se tornar cidadão do Bahrein depois de alguns anos (acho que era algo como 20 anos). Para isso bastava não cometer nenhum crime e comprovar que você tinha uma leve renda acima de 800.000 reais. Anima?

Banco “indiano” no Bahrein. Pelo que me falavam, o comércio no Bahrein é todo dominado por indianos

Apesar de achar que não ia ter muita coisa para se ver, eu acabei curtindo bastante o Bahrein, tanto pela sua rica história quanto pelo forte português que a gente pode visitar. O forte é uma das principais construções históricas do país e é super bem preservado. A única parte ruim é que o país é BEM caro, então não dá para ficar muito tempo por lá sem ir quase a falência. Para piorar não tem metrô, então ou é no Uber ou no busão. Mano… dinheiro foi embora ali…

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então veja nossos vídeos no nosso canal http://www.youtube.com/@omundonumamochila

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

OMÃ: ENTRE FORTALEZAS PORTUGUESAS E TESOUROS DA HISTÓRIA – UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA!

Depois do Catar dei uma rápida passada por Dubai (que vou descrever melhor no post sobre os emirados árabes unidos) e segui para o Omã.

O Omã, sim, foi um país que eu não tinha a mínima ideia que tinha por lá, só fui mesmo porque estava viajando pelo Golfo Pérsico então, pensei, por que não?

Como não precisa de visto para poder ir para lá, simplesmente comprei a passagem e vamos.

História do Omã

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o nome da capital, era um nome que eu já tinha ouvido em algum lugar: Mascate.

Te traz alguma recordação esse nome?

Mascate no Brasil virou sinônimo de caixeiros viajantes, aqueles caras que iam viajando de cidade em cidade vendendo produtos que não estavam disponíveis naquela localidade. Na verdade, houve até uma guerra em Pernambuco que ficou conhecida como a Guerra dos Mascates quando a população de Recife entrou em guerra contra a população de Olinda. Fui pesquisar a improvável possibilidade de ser apenas uma coincidência fonética, mas não, o termo “mascates” para se referir a comerciantes vem realmente devido ao fato do povo do Omã, e de sua capital, Mascate, serem habilidosos comerciantes viajantes, o que levou ao surgimento do termo entre os portugueses. Doido, né?

Na verdade, a região de Omã seguiu a trajetória de grande parte das outras localidades do Golfo Pérsico, esparsamente povoada, dependendo do comércio e da produção de pérolas marinhas.

Ficou assim mais ou menos até quando os portugueses começaram a fazer o caminho para as Índias e lá instalaram um entreposto comercial para ajudar no abastecimento dos navios a caminho do subcontinente indiano.

Na verdade, hoje, próximo de Mascate, você tem muralhas, fortes e torres de observação construídas ainda pelos portugueses que ficaram lá até o esfacelamento do Império Português no século XVI.

Algumas das muralhas e torres que podemos ver ao redor de Mascate. Parte delas construídas pelos Portugueses

Com a saída dos portugueses, tudo voltou ao mesmo marasmo que era desde sempre com povos nômades e baixa atividade econômica.

E então surge o petróleo

O Omã era uma terra tão esquecida que chegou no início do Século XX com apenas 3 escolas no país inteiro. Até que no Século XX o Golfo Pérsico inteiro começou a nadar no petróleo e o Omã foi junto. O país não ficou tão rico quanto seus outros vizinhos do Golfo Pérsico, mas hoje é um lugar relativamente mais rico que o Brasil. E, bem, é um dos países mais seguros do mundo também.

Assim como os seus vizinhos, o país tem um dono e o simpático rapaz que manda no pedaço chama-se Haitham bin Tariq Al Said. Como todo governante absolutista ele quer passar uma imagem de reformador, de grande líder e de amado pelo povo, mas todo mundo sabe como são os calabouços onde são jogados quem se atreve a falar um ai contra o governo.

Foto do Al Said em um pequeno negócio de um indiano. É obrigatório? Acho que não. Mas vai não botar a foto do homem na sua loja. Ele tá em todo lugar, abaixo outra foto em uma sala Vip de aeroporto e também em todas as notas de dinheiro

Além disso, ele tenta passar uma imagem de que tem uma grande preocupação em educar a população, mas o índice de analfabetismo é parecido com o brasileiro (ok, não é ruim, mas não é a maravilha toda para você vender a imagem de grande reformador). Mas, assim, aparentemente há saúde e educação universais e pude perceber na rua que grande parte dos omanis podiam falar alguma coisa de inglês (o que é quase inexistente no Brasil, por exemplo).

Olha o tamanho do iate real

Inicialmente o Omã tentou ser meio que a Suíça do Golfo Pérsico, tentando ser um país neutro e moderador de conflitos na região, mas poucos países levam isso a sério (vez ou outra um ou outro acordo é assinado por lá, mas o conflito atual de Israel x Hamas em 2024, por exemplo, tá sendo mediado pelo Catar e ninguém nem ouviu falar do Omã). Também tenta passar a imagem de um país liberal, o que parece ser parcialmente verdade haja vista que, pelo menos ao tempo que estou escrevendo, havia várias ministras mulheres e aparentemente elas dispões de diversos direitos que não tem em outros países do Golfo Pérsico.

Caixas e caixas de bebidas sendo vendidas no aeroporto. Sim, no Omã é permitido bebida alcoolica. O que demonstra que é um país mais liberal que seus vizinhos

Assim como outros países do Golfo Pérsico, os filipinos, paquistaneses e indianos estão por todos os lugares fazendo os trabalhos de mais baixa qualificação (à exceção dos táxis porque, segundo um taxista me falou, apenas omanis podem ser taxistas). Isso faz com que quase metade da população inteira do país seja de estrangeiros.

Uma bela representação do que são os países do Golfo Pérsico. Shoppings imensos, mulheres com apenas os olhos a mostra e os filipinos limpando o chão
E esse campeão que arrancou a camisa no meio do aeroporto e ficou de boa?

Não sei se é porque lá não tem prédios muito altos (que, portanto, fazem sombra), mas a impressão que eu tive foi de sofrer muito mais de calor lá do que no Catar e em Dubai.

No final, a impressão que ficou do país foi muito boa. Todo mundo era muito gente boa com você pelas ruas e eu adorei as fortalezas portuguesas espalhadas pela cidade inteira. O Omã é um país muito pouco visitado e acho que isso faz com que ele seja bem mais interessante.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então veja nossos vídeos no nosso canal http://www.youtube.com/@omundonumamochila

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

VIAJANDO PELO CATAR

Confesso que o Catar meio que habitava o meu imaginário desde a época da Copa do Mundo. Eu meio que tentei de tudo para poder ir assistir a Copa de 2022, mas, cara, estava muito caro e inviável viajar pro Catar, quem dirá comprar ingressos para ver jogos.

Como o Catar é lar de uma das principais companhias aéreas do planeta, eu sabia que seria uma questão de tempo eu ter a oportunidade de conseguir um voo com conexão no Catar e ficar por lá nem que fosse algumas horas.

Então, nessas férias, comprei um voo para Dubai com conexão no Catar e lá vamos nós.

O Voo

Depois que eu comprei a passagem que eu fui ver. O voo tinha uma conexão em São Paulo (esperado) e depois tinha um singelo voo de CATORZE horas até Doha, no Catar. Mano, eu acho que o único voo que eu peguei parecido com isso foi o da Austrália há vinte anos atrás. Catorze horas é quase um Brasília-São Paulo de ônibus.

Fiquei um pouco preocupado porque a viagem de busão pelo menos você vai parando, dá uma volta nas rodoviárias e volta para o busão, mas ainda assim é cansativo. Você dorme em uma poltrona que reclina bem, geralmente com suporte para as pernas e ainda assim é cansativo. Imagina viajar 14 horas de avião com uma poltrona que reclina meio centímetro e sem poder sair do avião? No final, acabou que foi menos cansativo do que eu pensava. Hoje em dia eu levo tablet e celular com horas de vídeos do Youtube e filmes do Netflix e um videogame portátil, então é bem mais de boa porque você tem bastante distração. Até consegui dormir bem no avião. Enfim, o importante foi que eu cheguei.

Chegando em Doha, capital do Catar

A primeira coisa que chama a atenção quando você pisa em Doha é o tanto de gente asiática, tanto de olho puxado quanto indianos. É impressionante o tanto de filipinos e indianos, paquistaneses e bengalis que vão ao Catar para poder trabalhar nos empregos de baixa qualificação como faxineiros, serventes e coisas do tipo. Mas, assim, ainda acho que a maioria são de filipinos. O Brasil chegou até a começar um movimento desses de importar filipinas para ser empregas domésticas, mas não sei se foi para frente. Dá para ver na reportagem abaixo:

https://vejasp.abril.com.br/cidades/babas-empregadas-filipinas

Também tem bastante gente de países africanos, muito deles do Quênia e Somália, mas, apesar de serem países mais próximos, ainda assim os filipinos se destacavam.

Trabalhadores braçais aguardando o ônibus do trabalho. Provavelmente indianos
Esse mascote aqui gerou polêmica na época da Copa do Mundo de 2022. Diziam que eram o pano mortuário pros trabalhadores que morrreram nas obras de construção dos estádios

Eles geralmente enfrentam uma situação muito delicada, direitos trabalhistas mínimos e até mesmo casos de morte por exaustão. Eles chegam no Catar e entregam o seu passaporte para o contratante e só podem voltar pro país quando o contratante autorizar. O negócio é bem tenso. Isso quando não vem e são obrigados a contrair dívidas e mais dívidas ficando escravizados por dívidas sem ter como voltar para casa. Ainda assim, a maioria dos indianos e filipinos que eu pude conversar me disseram que gostavam da vida no Catar, diziam que era bem mais de boa que a vida deles em casa e ganhavam bem mais. Tudo bem que as pessoas que eu conversei falavam inglês e trabalhavam em hotéis ou restaurantes, então tinham empregos melhores, mas ainda assim isso me chamou a atenção. A parte boa deles é que se você precisa pedir informação, é só procurar um não-árabe e sair perguntando, porque ele com certeza vai falar inglês. Então isso ajudava a conseguir informação e ajuda. Os árabes em si, gerentes e donos dos negócios, não sabiam falar inglês muito bem, mas os estrangeiros sim, até porque é difícil aprender árabe, então todo mundo meio que tem que falar inglês em Doha para poder se virar.

Andando pelo mercado eu vi uma comoção ao redor desses rapaz. Provavelmente era um youtuber famoso do Catar

É caro viajar no Catar?

Cara, como eu falei, eu sempre fiquei com um pé atrás para poder viajar no Catar imaginando que era um país muito caro. Porém, entretanto, na verdade, eu achei bem de boa.

Para começar eles têm um metrô que, quando eu fui, custava menos de 10 reais por dia e você podia andar o tanto que quisesse, inclusive pro aeroporto, e vai nos principais parcos pontos turísticos. Então comprei dois tíquetes de um dia e, com menos de 20 reais, andei Doha inteira. Assim, dá para você comprar um outro tíquete que custa cinco vezes mais caro. O metrô vai cinco vezes mais rápido? Não, é o mesmo trem, só que o vagão mais caro você tem umas cadeiras um pouco mais cheia de fuleiragem e não se mistura com a plebe. Dá para acreditar?

Você começa a entender que está em um país muçulmano quando abre a gaveta e vem um Alcorão. Por aqui quando a gente abre a gaveta tem uma bíblia, né? Geralmente o Novo Testamento
Interessante como as placas de lá representam as pessoas andando com a roupa tradicional do Catar

Outra coisa que é interessante é que você tem vagões “padrão” onde os homens desacompanhados vão e vagões “família” para mulheres e crianças. Sinceramente, vi só as mulheres que pareciam ser árabes usando os vagões de  família, as filipinas e indianas andavam no vagão padrão mesmo.

Metrô só para mulheres e família
Eu só andava no metrô de pobre…

Falar nisso, véu na cabeça só nas mulheres árabes, as filipinas e indianas andavam sem nada na cabeça e andavam mesmo de calça jeans que nem no Brasil. Na verdade, cheguei a ver uns filipinos só de bermuda e chinelo, o que é meio raro em países árabes mais tradicionais.

Filipino de bermuda dentro do metrô

Uma garrafa d´água você comprava no mercado por um real e pouco, metade do preço do Brasil. A comida podia ser cara (o café no hotel custava módicos 65 reais), mas, cara, em frente ao hotel onde eu trabalhava tinha um restaurante indiano que parecia ser o point da galera que era trabalhadora braçal. Resolvi dá um pulo lá e pedi um arroz indiano com galinha. Mano, veio uma salada de entrada, um pedaço de frango do tamanho de um braço, dois molhos e uma bacia de arroz indiano. E, era assim, você acabava o arroz, o cara vinha e despejava ainda mais arroz no seu prato. No parco inglês que o garçom falava ele realmente me falou que o arroz era à vontade e, bem, eu gosto é do arroz indiano, galinha eu tenho em casa. Comi mais que uma manada de elefantes famintos e levantei da mesa quase que rolando. A conta, QUINZE. Dólares? Não, mano, QUINZE REAIS. Cara, sério, desde a Tailândia eu não comia tão barato assim. Dei o dinheiro pro cara imaginando que eu tinha entendido errado esperando ele reclamar e ele só guardou e foi atender outro. Mano, não teve jeito, comi todas as refeições em Doha lá, já que era praticamente de graça e em frente ao meu hotel.

Sim, eu só comia isso aqui

Perabulando por Doha no Catar

Quando cheguei a Doha imaginei que todo mundo andava de Ferrari ou ficando doce que nem caramelo andando de Camaro amarelo, aquela visão que a gente tem dos sheiks cheio de ouro, né? Mas não, eu vi poucos carros de luxo pela rua.

Agora fiquei doce, igual caramelo…

Outra coisa é que eu imaginava que ia chegar e ia ser quente como o próprio inferno, mas não, o clima era bem fresco, eu chegava até a usar casaco a noite. Tudo bem que eu fui no auge do “inverno” deles, fui em janeiro, mas ainda assim esperava um calorzinho. Mas sim, em julho é o próprio inferno na terra, com temperaturas acima de 45º os comércios costumavam abrir de cedo na manhã até meio dia e depois só reabrem 17h porque ninguém mais aguenta ficar no meio da rua devido ao calor.

Desci no aeroporto no sábado a noite e segui direto para dar uma volta na zona mais moderna de Doha. Engraçado que todo mundo que eu ia pedir informação me perguntava se eu tinha vindo para poder assistir aos jogos. Me perguntavam se eu era iraniano, indiano, até do Uzbequistão me perguntaram. Depois que eu fui ver e era porque estava acontecendo a Copa da Ásia em Doha.

Bandeiras das seleções que estavam participando da Copa da Ásia 2023
Ainda me deparei com uma torcida da Indonésia pra lá de animada

Como o Catar não tem essas frescuras de necessidade de transparência dos gastos, investimentos mínimos em saúde e educação, população indignada nas ruas por conta de desperdício de gastos em estádios que depois viram elefantes brancos e outras besteiras que a gente tem no Brasil, eles gastaram na Copa do Mundo em 2022 como se não houvesse amanhã. Eles construíram sete estádios, que mais pareciam palácios, em um país com metade do tamanho de Sergipe e com a população da cidade de Belo Horizonte. Enquanto o Brasil gastou 15 bilhões de dólares para se preparar para a Copa  (e deu aquele bafafá todo), o Catar gastou 229 BILHÕES de dólares. E dane-se. Você anda por Doha e vai vendo um estádio atrás do outro. Cara, eu sou capaz de apostar que o Catar é o país com mais estádios per capita do mundo.

Então, assim, com estádio para todo lado, eles podem hospedar a Copa que quiserem, desde a Copa do Mundo à Campeonato Infantil Interclasses de Mossoró.

Cara, pior que eu desci em um dos centros mais modernos de Doha, em um sábado a noite e não tinha ninguém nas ruas. Parecia cena de apocalipse zumbi, espaços amplos e imensos, prédios super iluminados e aquele vento frio passando. Mas, isso é de se esperar, como provavelmente não deve ter vida noturna alguma em Doha, um sábado à noite é como uma terça à noite para gente. Muito diferente de outra capital árabe, Beirute, que ferve no fim de semana a noite (leia mais sobre minha viagem a Beirute aqui https://omundonumamochila.com.br/2010/03/17/perambulando-por-beirute/)

Enfim, passei pouco tempo em Doha, mas acho que foi o suficiente para ver a maioria das poucas coisas interessantes que haviam por lá. Depois de Doha, segui para o meu próximo destino, Oman.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então veja nossos vídeos no nosso canal http://www.youtube.com/@omundonumamochila

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

LA FORTUNA – COSTA RICA. VOCÊ TEM QUE VISITAR

La fortuna é uma cidade que vive do turismo. É uma cidade pequena, com a maior concentração de empresas de turismo por metro quadrado que já vi na vida e bem tranquila de você conseguir informação das coisas. Virtualmente todo mundo da cidade parece falar inglês fluente e parece que você tá na Europa, tanto pelo tanto de gringo que há nas ruas, quanto pelos preços que você tem que pagar por tudo. Interessante que a hospedagem não foi tão cara comparada com os preços de todas as outras coisas que eu tive que pagar na cidade.

Pracinha de La Fortuna

Os passeios foram parte das coisas mais legais que eu já fiz na vida. Sete da manhã a van da agência de turismo já estava me esperando na porta do Airbnb para a gente seguir para o passeio por dentro da floresta. Eu imaginei que ia ser só aquele rolê de “ai, ali tem flor tal, olha aquele passarinho” e coisas do tipo. Mano! O que foi aquilo. Realmente, tem a parte do “olha o macaquinho ali”. O guia tinha até um telescópio que ajudava muito em você ver diversas coisas legais.

Mas, cara, depois de um tempo você se depara com as famosas pontes suspensas pela floresta onde você tem a sensação de quase VOAR por cima das florestas. É IMPRESSIONANTE de legal!

Isso é muito legal

Sério, foi uma das coisas mais legais que eu já fiz na vida. Como chegamos cedo (como falei, saímos sete da manhã do meu Airbnb), não tinha quase NINGUÉM por lá, então as pontes eram quase que nossas. O guia me falou que na alta temporada, como só podem ficar no máximo 15 pessoas por ponte, chegam a ser feitas filas imensas para poder cruzar as pontes e, quando chega a sua vez, você bate uma ou duas fotos e já tem que sair, porque o povo na fila começa a reclamar. Mas, comigo, mais uma vez, eu meio que fiquei com a ponte só para mim, até porque o nosso grupo era eu, o guia e um casal de alemães.

Dá para ficar o dia inteiro postando foto de lá

Depois de passar por seis ou sete pontes daquelas, seguimos para o nosso próximo passeio que foi chegar mais perto do vulcão Arenal. Infelizmente o vulcão tava nublado pois eu fui para lá na época de chuvas (um dos motivos de ser baixa temporada). Mas tudo bem, tudo é festa, só lembrando que eu só consegui fazer o passeio pelas pontes da floresta quase sozinho porque era época de chuva e, portanto, baixa temporada. No mais, ainda que seja época de chuvas, não choveu nenhum dia (só algumas leves pancadas quando estava dentro das florestas) nem na Guatemala, nem na Costa Rica, então tudo é festa.

Vulcão nublado ao fundo

Depois do vulcão fomos fazer um passeio nas águas termais que existem por La Fortuna. Pelo que o guia explicou, são águas quentes por conta da proximidade do vulcão. Mas quando falo quente, é quente mesmo. Tem piscina lá com temperatura de 40º.

Piscina termal de 40º

Deve ser confortável quando está um clima um pouco mais frio, mas quando eu fui tava um calor infernal, então acabou que as águas termais nem foram tão confortáveis assim.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

CHEGANDO À COSTA RICA E CONHECENDO A SUA CAPITAL, SAN JOSÉ

Quando você chega ao aeroporto você já começa a notar a diferença entre Guatemala e Costa Rica. A fila de imigração, cara, parece fila de imigração nos Estados Unidos. Gigante! E pior que o oficial de imigração se sente também como um oficial americano. Me segurou uns 10 minutos na fila, acho que ele imaginou que eu era um nicaraguense com um passaporte falso brasileiro. Meu plano na verdade era só pousar em San José, a capital, e de lá já seguir para La Fortuna, uma cidade à beira do vulcão que concentra as principais atrações turísticas da Costa Rica que não sejam praias ou parques nacionais.

Tentei de todo jeito conseguir comprar a passagem de San José para La Fortuna pela internet, mas não foi possível. Tentei descer no aeroporto e de lá sair procurando gente que fizesse o trajeto, mas só consegui táxi ao custo de 600 reais. Inviável. Acabou que no aeroporto mesmo eu tive que reservar um hotel, chamar um Uber e passar uma noite em San José.

O mais interessante é que você chama o Uber e, quando você se senta no banco de trás, o motorista do Uber pede para você sentar na frente. Ele me explicou que é porque o Uber é ilegal na Costa Rica, então se um guardinha de trânsito te vê sentando no banco de trás, ele tasca uma multa bem salgada no pobre do Uber. Forma bacana de chegar em um país, né? Você já começa infligindo a lei. Eu juro que se um guarda me parasse e perguntasse o que eu tava fazendo eu ia alegar que tava sendo sequestrado…

PERAMBULANDO POR SAN JOSÉ, A CAPITAL

Cara, eu fiquei impressionado com San José. Estamos falando da capital do país mais rico da América Central, mas, mano, a cidade é horrorosa. Não tem um prédio bacana que valha o custo de se bater uma foto. A cidade é feia, suja, confusa, mesmo para padrões latino-americanos. Enquanto eu adorei a Cidade da Guatemala, capital de um país bem mais pobre, eu não sugiro a ninguém que fique na cidade de San José que não seja só usar como Hub para ir a outro local.

Cidade cinza

Pelo menos tive a sorte de reservar um hotel do lado da estação de busão e no outro dia tava eu lá para pegar meu busão para La Fortuna.

Costa Rica, país rico, turístico, é simples pegar busão, né? Naaaadaaa. Mano, acredita que não tem como você comprar a passagem antes? Na verdade, parece até que tem, mas não serve de nada, já que você compra e não tem reserva de assento nem nada. Você tem que fazer como todo mundo. Tem que chegar antes do horário do busão, esperar em pé uma fila que vai se formando na rodoviária uma meia horas antes do busão sair e depois sair procurando um lugar para você como qualquer um que vai comprar no horário.

A fila se formando quase uma hora antes do busão sair

O interessante é que tem algumas agências de turismo que fazem uma linha regular entre La Fortuna e San José com vans de turismo. Como é algo mais certo e, bem, tem ar condicionado, eu fui lá ver o preço para poder pensar na ideia de ir com eles. O ônibus do governo é uns 6 dólares. Quanto você acha que é a van? O dobro, o triplo, o quádruplo? Não, mano, os caras cobram 55 DÓLARES, quase ONZE vezes mais que o preço do governo. Em que mundo esse povo vive, mano?

Aguardando na fila sentado no chão

Sério, eu não gostei muito de ter que ir em rodoviária, pegar fila, ficar em pé para pegar busão, mas, mano, são dez vezes, mais de 200 reais de diferença. Ou você paga 30 reais ou paga 275. Fica difícil decidir, né?

Pelo menos o busão saiu no horário, 08h30 e eu consegui minha viagem para La Fortuna.

Nem é longe, La Fortuna é bem perto. Dá uns 100km. Quanto tempo leva? CINCO HORAS. Mano, o que acontece com a América Central? Para viajar da Cidade da Guatemala para Antígua foram 3 horas para 40km. Agora cinco horas para 100km. Nem no Nepal me levava tanto tempo para cruzar essas distâncias.

O tamanho da fila antes do busão sair
O legal do busão é que eles lacram o cinto de segurança para você não ter nem chance de usar
No busão a caminho de La Fortuna

Se você tiver indo, mais uma dica, não necessariamente você precisa pegar um busão diretamente de San José para La Fortuna, você pode pegar para uma cidade no caminho e de lá para La Fortuna e vice e versa. É bem mais simples do que eu pensava e sai uns 5 reais mais caro. Eu fiz isso na volta, peguei um busão para San Ramon e de lá outro para San José, foi super tranquilo

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

Costa Rica. Caro, muito caro.

Como só tinha uma semana de férias decidi conhecer apenas dois países da América Central. Fuçando pela internet, consegui um bom voo para a Guatemala. Daí fiquei pensando, qual seria o próximo? Fucei mais um pouco e vi que dava para conseguir uma viagem bem bacana para a Costa Rica.

Na verdade, era até esperado que a Costa Rica fosse um país com bastante voos, ela é o destino de férias preferido pelos Americanos na América Central. Na verdade, parece que todos eles depois da aposentadoria vão lá, porque, rapaz, nunca vi tanto idoso gringo quanto o que eu vi na Costa Rica. Isso acaba fazendo com que a Costa Rica seja de longe o país mais caro de toda América Central para se viajar haja vista que, mais uma vez, tá cheio de gringo idoso cheio de dólares no bolso para gastar.

É interessante como as coisas são dolarizadas por lá. Se você pergunta algo em espanhol, e tem um sotaque de gringo como eu, eles já te respondem o valor em dólar. Você que tem que falar, não, eu quero pagar com a moeda local da Costa Rica, porque senão eles partem do pressuposto de que você quer fazer tudo em dólar. Até os caixas eletrônicos te dão a opção de sacar dinheiro em dólar ou em moeda local. Ok, eu me concentrei nas áreas turísticas, no interior não deve ser assim. Mas, mano, pensa no Rio de Janeiro. Pode ser a zona mais turística que for que os preços sempre estarão disponíveis em reais.

Outra coisa que me deixou impressionado foi o calor. Rapaz… que calor. Acho que até o Maranhão deve ter um clima mais fresco que a Costa Rica. Pelo menos não choveu enquanto eu estive por lá e pude fazer os passeios tranquilo.

Outra coisa que foi legal também foi que o meu chip de celular da Guatemala funcionou perfeitamente bem na Costa Rica, foi 4G a viagem inteira. Ao menos nisso eu economizei, porque, rapaz, o resto… Que país caro, viu? Se for viajar para lá, já vá preparado.

Outra coisa que me impressionou da Costa Rica é que o país não tem Exército. Isso mesmo, eles não têm Forças Armadas. Eles têm polícia, uma polícia de fronteira e é isso. Eles baniram o Exército desde o fim de uma Guerra Civil que houve na década de 1950 e desde então nunca mais refizeram. Existem alguns poucos países que não tem Exército, mas a maioria ou são protetorados de outros ou são nações minúsculas. A Costa Rica aparentemente é o maior país que não tem Forças Armadas. Interessante isso, né?

Mas sim, a Costa Rica foi outra grata surpresa junto com a Guatemala.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

EM DIREÇÃO A TIKAL NA GUATEMALA, UMA DAS MAIS IMPORTANTES RUÍNAS MAIAS PRESERVADAS

Mas a Guatemala é famosa mesmo é pelas ruínas de Tikal na floresta guatemalteca.

Tikal é um dos destinos mais visitados da Guatemala, atraindo turistas de todo o mundo por conta de sua história, arquitetura monumental e beleza natural. Ela fica localizada na região de Petén e é um dos sítios arqueológicos mais importantes da civilização maia. Tikal foi uma das cidades mais importantes da civilização maia, atingindo seu apogeu durante o Período Clássico, entre os séculos VI e X d.C. A cidade serviu como centro político, religioso e cultural, testemunhando a construção de magníficos templos, palácios e praças. Ela também é conhecida por sua arquitetura monumental. Entre os destaques estão as pirâmides imponentes, como a Pirâmide do Grande Jaguar, que oferece uma vista panorâmica espetacular da selva circundante. Os visitantes podem caminhar entre templos e estruturas antigas, experimentando a grandiosidade e o significado simbólico dessas construções.

Além da riqueza arqueológica, Tikal está situada em uma paisagem deslumbrante de selva tropical. Os visitantes têm a oportunidade de explorar as trilhas que cortam a vegetação, observando uma variedade de flora e fauna ao longo do caminho. A experiência de estar imerso na natureza enquanto explora os vestígios de uma civilização antiga é muito bacana.

Inicialmente eu imaginei que não iria conseguir ir lá porque eu não tinha muito tempo de Guatemala e as ruínas de Tikal ficam do outro lado do país a quase 500 km de distância. Eu só tinha 5 dias na Guatemala, então ia ficar complicado.

Pesquisando pela internet descobri uma agência de turismo que fazia um “bate e volta” da Cidade da Guatemala (na verdade de Antígua) até as ruínas de Tikal, ia e voltava no mesmo dia. Só que era uma grana!

Fui pesquisar os voos e, rapaz, tinha voo para caramba indo e voltando da Cidade da Guatemala no mesmo dia. Uai, vamo cair para dentro. Comprei o primeiro voo saindo da Cidade da Guatemala para Tikal e o último voo de volta de Tikal para a Cidade da Guatemala. Total ida e volta? 50 dólares. Muito barato.

Acordei quatro horas da manhã na Cidade da Guatemala e 5 da manhã estava eu lá no aeroporto esperando meu voo para Tikal. O mais interessante é que para entrar no aeroporto da Cidade da Guatemala você tem que apresentar ou sua passagem ou seu passaporte. Inicialmente eu imaginei que era para evitar ambulantes dentro do aeroporto (já que do lado de fora é ambulante para todo lado), mas depois um motorista de Uber foi me explicar que fizeram isso depois de um tiroteio que rolou quando uns caras tentaram roubar um malote de dinheiro dentro do aeroporto.

Indo para Flores/Tikal

Desci na cidade de Flores as seis da manhã e, tudo fechado. Saí andando pela cidade e encontrei um albergue abrindo as portas e fui pedir informação sobre tours para Tikal. Lá mesmo comprei um que saía em meia hora e voltava as 3 da tarde (meu voo de volta era 21 da noite, tinha bastante margem ainda para dar um passeio na ilha de Flores, que é bem bacana). Vamo simbora.

PERAMBULANDO POR TIKAL

Cara, eu estava viajando pela América Central DURANTE O VERÃO, então imaginei que iria encontrar o inferno na terra de calor quando chegasse por lá. Quando cheguei à Cidade da Guatemala, estranhei, estava bem fresco o tempo, na verdade eu até mesmo usava casaco de frio pela noite. Se a Cidade da Guatemala foi tudo o que eu não esperava de calor, Flores e Tikal foram o próprio inferno na terra. Mermão, que calor.

Depois que nós chegamos no sítio mesmo de Tikal então… Mermão, era um calor insuportável, mas valeu demais o passeio. Tikal é maravilhosa. Ela rivaliza com a sua vizinha Chichen Itzá que fica em Cancún, umas das cidades mais turísticas do mundo, o que faz de Chichen Itzá bem mais famosa. A diferença é que em Chichen Itzá você só pode bater fotos das ruínas, em Tikal você pode SUBIR nas construções maias, o que faz o passeio ser MUITO mais legal.

Em cima das construções
Em cima das ruínas

Além de tudo, eles deixaram algumas ruínas da forma que estavam quando foram encontradas e, olhando elas, você tem noção de por que demorou séculos para elas poderem ser reencontradas. Cara, elas são altas, imensas, mas olha só como elas estavam quando foram reencontradas

Encontre as ruínas

É impressionante a velocidade e como a floresta toma de volta o espaço dela. 

Depois que passamos quase o dia inteiro perambulando por lá, voltei para Flores e peguei o meu voo de volta para Cidade da Guatemala.

Voltando para a Cidade da Guatemala

No outro dia segui para a Costa Rica. Super tranquilo esse bate e volta.

Pior que quase perdi o meu voo para Costa Rica. Por que? Por burrice mesmo. Meu voo da Guatemala para a Costa Rica era na terça, mas não sei por que eu tinha na cabeça que era na quarta. A sorte foi que eu conversava com um gringo em Tikal sobre a Costa Rica e resolvi, não sei por que, ver qual era o horário do meu voo para a Costa Rica. Rapaz, se não fosse isso eu teria me ferrado 

Pior que tive bastante sorte. Apesar de ter viajado durante a época chuvosa na América Central, não choveu quase nada nem na Guatemala, nem na Costa Rica. Choveu só um pouco quando eu estava nas florestas dos dois países, mas ainda assim foi bem pouquinho. De qualquer forma, levem sempre suas capas de chuvas.

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog

PERAMBULANDO POR ANTÍGUA NA GUATEMALA

Porém, o interessante é que a cidade da Guatemala não é muito popular entre os turistas, popular mesmo é a cidade de Antígua

Antígua foi fundada em 1543 e foi a terceira capital do Reino da Guatemala durante a colonização espanhola. Seu centro histórico foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO e tem um estilo de arquitetura barroca espanhola, com suas ruas de paralelepípedos, praças e imponentes igrejas coloniais. Porém, a cidade enfrentou vários terremotos devastadores, o que levou à transferência da capital para a Cidade da Guatemala em 1776.

Como falei, Antígua é um destino turístico popular, atraindo visitantes de todo o mundo.  Enquanto a Cidade da Guatemala pode oferecer uma experiência mais cosmopolita de metrópole os turistas preferem ficar em Antígua devido a atmosfera “charmosa” e tranquila da cidade. Sim, lá é bem mais tranquilo que a metrópole com carros, gente e fumaça para todo lado. É bem bacana se perder nas suas ruelas pitorescas, explorar mercados locais e apreciar a autenticidade da cultura guatemalteca.

A paisagem ao redor da cidade também é espetacular, com vulcões imponentes proporcionando um cenário impressionante para os visitantes. Por isso que muitos turistas preferem Antígua.

O vulcão que fica atrás da foto dá um papel de parede bem legal nas fotos, né?

Depois que eu fui saber que a maioria dos turistas só passam pela cidade da Guatemala e preferem ficar hospedados em Antígua. Então a maioria dos passeios turísticos acabam tendo que sair por lá.

Por isso eu acabei reservando um Airbnb na Cidade da Guatemala mesmo. E, olha, não me arrependi. Como Antígua é extremamente turística e uma cidade pequena, as acomodações são caras, poucas e entregam baixa qualidade. Meu Airbnb na Cidade da Guatemala foi relativamente barato e um dos melhores em que já fiquei. De lá eu peguei uma condução para passar um dia em Antígua. O problema é que a Cidade da Guatemala é uma cidade gigante e, como não tem turistas, informações turísticas também não são fáceis de se descobrir na cidade. Acabei tendo que ir para Antígua de Uber, saiu um pouco caro, mas é o que tinha.

Airbnb que fiquei na Cidade da Guatemala. Vai por fim, foi bem legal

E, bem, não era muito longe uma cidade da outra, eram só 40 km.  É quase um ida e volta da minha casa até o aeroporto em Brasília. Imaginei que não seria complicado. Rapaz… Acredita que eu levei 3 horas para fazer essa distância? Três horas para fazer 40km. Se eu fosse um maratonista seria mais fácil ter ido correndo. Me lembrou as viagens que eu fazia no Himalaia Indiano ou nos Andes Peruanos em que você via uma cidade do lado da outra e levava quase que um dia inteiro para chegar.

No final, cheguei na cidade e nem achei lá essas coisas. É uma cidade colonial da América Latina bonitinha, mas nada demais. Para os gringos é uma coisa bem diferente, mas para gente que mora por aqui no Brasil, não é nada demais, é como viajar para São Luís, Ouro Preto ou Pirenópolis. Não achei que valeu o esforço e nem me arrependi de ter ficado na Cidade da Guatemala. Na volta de Antígua consegui uma van por um terço do preço que ainda me deixou no meu Airbnb na Cidade da Guatemala.

Uma coisa que me impressionou sobre Antígua foi o tanto de crianças vendendo coisas e pedindo dinheiro. Fiquei pensando que felizmente a gente desacostumou a ver isso no Brasil. Ok, óbvio que ainda tem, mas não é tão comum quanto era quando eu era criança e não o tanto quanto eu vi em Antígua

Se gostou das fotos, visite e siga nosso Instagram para sempre receber fotos e causos de viagens: www.instagram.com/omundonumamochila

Gostou do post? Então curta nossa página no www.facebook.com/omundonumamochila para sempre receber atualizações.

Quer entrar em contato direto com o autor ou comprar um livro? Clique aqui e tenha acesso ao nosso formulário de contato!

Quer receber as atualizações direto no seu e-mail? Cadastre-se na nossa mala direta clicando na caixa “Quero Receber” na direita do blog